domingo, 24 de janeiro de 2016

A conversão do Apóstolo São Paulo

Naqueles dias, Paulo disse ao povo: “Eu sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas fui criado aqui nesta cidade. Como discípulo de Gamaliel, fui instruído em todo o rigor da Lei de nossos antepassados, tornando-me zeloso da causa de Deus, como acontece hoje convosco. Persegui até à morte os que seguiam este Caminho, prendendo homens e mulheres e jogando-os na prisão. Disso são minhas testemunhas o Sumo Sacerdote e todo o conselho dos anciãos. Eles deram-me cartas de recomendação para os irmãos de Damasco. Fui para lá, a fim de prender todos os que encontrasse e trazê-los para Jerusalém, a fim de serem castigados. Ora, aconteceu que, na viagem, estando já perto de Damasco, pelo meio dia, de repente uma grande luz que vinha do céu brilhou ao redor de mim. Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues?’ Eu perguntei: ‘Quem és tu, Senhor?’ Ele me respondeu: ‘Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem tu estás perseguindo’. Meus companheiros viram a luz, mas não ouviram a voz que me falava. Então perguntei: ‘Que devo fazer, Senhor?’ O Senhor me respondeu: ‘Levanta-te e vai para Damasco, ali te explicarão tudo o que deves fazer’. Como eu não podia enxergar, por causa do brilho daquela luz, cheguei a Damasco guiado pela mão dos meus companheiros. Um certo Ananias, homem piedoso e fiel à Lei, com boa reputação junto de todos os judeus que aí moravam, veio encontrar-me e disse: ‘Saulo, meu irmão, recupera a vista!’ No mesmo instante, recuperei a vista e pude vê-lo. Ele, então, me disse: ‘O Deus de nossos antepassados escolheu-te para conheceres a sua vontade, veres o Justo e ouvires a sua própria voz. Porque tu serás a sua testemunha diante de todos os homens, daquilo que viste e ouviste. E agora, o que estás esperando? Levanta-te, recebe o batismo e purifica-te dos teus pecados, invocando o nome dele!’”.

Liturgia diária - Atos 22,3-16

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

O milagre de Madre Teresa, contado por um dos médicos especialistas

O prof. Carlo Jovine, membro do Conselho Médico nomeado pelo Vaticano, explica a incrível cura de um engenheiro brasileiro por intercessão da futura santa.

“A minha experiência profissional colocou-me várias vezes diante de eventos difíceis de explicar de uma perspectiva científica, mas o que aconteceu em 2008, com um engenheiro brasileiro, é realmente incrível…”. São as palavras do Professor. Carlo Jovine, perito oficial da Congregação para as Causas dos Santos, neurologista principal do hospital São João Batista da Ordem de Malta.
O prof. Jovine participou da Junta Médica designada pelo Vaticano para analisar, de uma perspectiva científica, a cura extraordinária de Marcilio Haddad Andrino, engenheiro mecânico nascido em Santos, perto de São Paulo, por intercessão de Madre Teresa de Calcutá. O milagre pelo qual o Papa Francisco autorizou a Congregação a promulgar o decreto dando o sinal verde para a canonização.

Em dezembro de 2008, aos 35 anos, o engenheiro Andrino foi hospitalizado com urgência. Tinha ficado doente de repente e apresentava graves distúrbios neurológicos. Os testes especializados tinham mostrado a presença de oito abcessos cerebrais, oito seja, outo pontos com infecção na área do cérebro.
Diz o Prof. Jovine que o abcesso cerebral é uma área purulenta na génese bacteriana ou viral, que determina a destruição dos tecidos e a produção de pus no interior do cérebro. Após a internação de emergência, a ressonância confirmou a gravidade da patologia. O paciente entrou em coma e, depois de alguns dias, apareceu também uma hidrocefalia obstrutiva, ou seja, uma obstrução do líquido do cérebro, que determinou um quadro de hipertensão intracraniana.
A situação era tão grave que o cirurgião, prof. Cabral, na presença de um quadro clínico de deterioração progressiva, com o risco de morte iminente, decidiu submeter o homem a uma cirurgia de emergência. Mas foi neste momento que aconteceu uma série de eventos inexplicáveis.
O paciente, levado à sala de cirurgia em condições de coma, de repente abriu os olhos e, para o espanto dos presentes, perguntou por que estava lá. O prof. Cabral, recuperado do choque e constatando a plena consciência do paciente, decidiu não fazer a cirurgia e esperar para realizar imediatamente uma tomografia computadorizada imediato do cérebro para entender o que estava acontecendo. O exame revelou uma mudança radical do quadro patológico pré-existente, com o desaparecimento da hidrocefalia e a redução de 70% dos abscessos cerebrais.
Dentro de alguns dias, as condições de Andrino melhoraram a tal ponto que o prof. Cabral, constantando as perfeitas condições clínicas e neurológicas, decidiu dar alta para o paciente certificando a ausência de qualquer sinal das alterações anteriores. Não havia nenhum sinal nem dos abcessos cerebrais nem da hidrocefalia. Mas a coisa mais surpreendente era que o paciente não apresentava nenhuma sequela da grave doença que o atingiu. No prazo de alguns dias – do 13 de dezembro, data da prevista cirurgia programa, ao 23 de dezembro, data que recebeu alta do hospital – o engenheiro tinha ficado curado de maneira definitiva e total.

Marcilio Haddad Andrino atualmente dirige, trabalha, tem dois filhos, é totalmente autônomo e, especialmente, não apresenta nenhuma sequela negativa. Uma cura que, em relação à gravidade, o processo e as graves consequências associadas, difere de uma forma inexplicável do desenvolvimento normal da doença, bem como do conhecimento da ciência médica.

Deve-se enfatizar que, mesmo no caso hipotético de uma eventual recuperação, essa deveria ter passado por uma cirurgia (que não aconteceu), teria um curso lento e, em qualquer caso, teria dado alguns resultados. Mas, pelo contrário, a cura ocorreu espontaneamente, sem qualquer intervenção médica.
“Não há precedente – explica Jovine. De um só abscesso cerebral é possível curar-se, mas com oito abscessos cerebrais e uma hidrocefalia aguda, a percentagem de morte é praticamente de 100%. A partir desta cadeia de eventos e dos exames clínicos, especialistas e peritos, concluímos necessariamente que estamos lidando com um evento cientificamente inexplicável, acontecido de modo resolutivo, imediato, duradouro e total. E isso, para a Igreja, equivale a um milagre”.
Um milagre que, pela forma com que se manifestou, leva à intercessão de Madre Teresa, a célebre freira albanesa, fundadora das Missionárias da Caridade, protetora dos “últimos”, que viveu e morreu em odor de santidade, confirmando, com a sua vida exemplar, a “vox Populi” que, já em vida, a proclamava santa.

Mas qual é a ligação entre Madre Teresa e a cura inexplicável de Marcilio Haddad Andrino? 

A esposa do engenheiro brasileiro, Fernanda, enquanto as condições de seu marido estavam em deterioração dramática, foi ao padre Elmiran Ferreira, pároco da igreja de Nossa Senhora de Aparecida, São Vicente. O pároco estava para celebrar uma Missa de comemoração com as Missionárias da Caridade. O sacerdote ouviu o acontecido e procurou consolar Fernanda; entregou-lhe um folheto de novenas e lhe disse para continuar a rezar pedindo a intercessão da Beata.
A situação estava precipitando. Assim, na tarde da primeira cirurgia, Pe. Ferreira foi ao hospital junto com a mulher. Juntos recitaram as orações e administrou a Marcílio o sacramento da extrema unção. Depois disso, junto com Fernanda, colocou ao lado da cabeça do homem um santinho e uma relíquia de Madre Teresa. Em pouco tempo manifestou-se a cura extraordinária.
O Prof. Jovine salientou que, embora ele já seja um crente, quando executa tarefas periciais deste tipo e responsabilidade, tende deliberadamente a afastar qualquer sugestão para se concentrar exclusivamente sobre a objetividade científica do caso examinado. Por isso, foi em 2011, quando analisou a cura de Irmã Normand que foi a causa da beatificação de Karol Wojtyla, e assim foi hoje para a cura do engenheiro. Andrino, da qual surgirá a canonização da Madre Teresa.

E a conclusão é que a objetividade da análise, com base em provas médicas e documentos, confirma que a cura do engenheiro Andrino é absolutamente inexplicável do ponto de vista científico. Estamos, portanto, na presença de um evento incrível que tem proporcionado mais uma prova da santidade de Madre Teresa.


fonte: http://pt.zenit.org/

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Madre Teresa e o relato dos profissionais que participaram no processo para sua canonização

A Tribuna entrevistou os profissionais que participaram do processo de canonização de Madre Teresa.

Dos três médicos peritos que participaram do processo de canonização, dois moram em Santos. Um deles é Monica Mazzurana, de 39 anos, especialista em cirurgia bariátrica. O outro profissional é o neurologista Marcus Vinicius Serra, de 39, nascido em Santos, que mantêm uma clínica na Cidade, coordena a Casa de Saúde e o Hospital Frei Galvão e trabalha nos hospitais Sirio Libanês e Santa Paula, em São Paulo.

“Caso não teria solução cirúrgica”
A cirurgiã bariátrica não podia imaginar que, depois daquela surpresa, estaria hoje entre os três médicos brasileiros atuantes no processo de canonização.
“Tudo começou quando recebi uma ligação perguntando se eu tinha disponibilidade de trabalhar por três, quatro dias inteiros, para o Vaticano”, diz Monica Mazzurana Benetti, de 39 anos. A cirurgiã bariátrica dos hospitais Guilherme Álvaro e Beneficência Portuguesa não podia imaginar que, depois daquela surpresa, estaria hoje entre os três médicos brasileiros atuantes no processo de canonização de Madre Teresa de Calcutá. 
Nascida em Gramado (RS), mas em Santos há 15 anos, ela teve menos de uma semana para se esquecer de fé, devoção e religião para se voltar somente à análise científica dos fatos.
“Minha função como perita era avaliar o exame físico atual, ver se tinha alguma sequela e só encontrei nele uma leve alteração na marcha ao caminhar na ponta dos pés e um desvio de olhar. No mais, ele está absolutamente normal. Teve dois filhos depois disso e vive normalmente”, conta ela.
Antes disso, ela revisou todo o prontuário do paciente e teve acesso a todas as tomografias. Era entre 18 e 23 de junho, numa sala da casa do bispo diocesano, dom Tarcísio Scaramussa, na Ponta da Praia – palco de todo o processo que teve 14 testemunhas ouvidas e sabatinadas, primeiro separadamente e, depois, juntas. 
“Sozinha no quarto, quando peguei as tomografias com as evidências que num dia tinha hidrocefalia e no outro, nada, naquela hora me ajoelhei e entendi que o milagre estava acontecendo. Realmente, é inacreditável. Não teria como ser resolvido se não fosse cirurgicamente”, chora. 
Segundo a médica, um religioso oriundo de Roma e que participou do processo chamou muito a atenção de todos, para lembrar que os médicos estavam ali como cientistas, e não, como católicos. “Na verdade, não fomos nós que decidimos que era ou não milagre. Simplesmente respondíamos à pergunta: ‘Há como comprovar a melhora cientificamente?’. E minha resposta foi não”. 
“Todo mundo envolvido tem um motivo para estar ali. Não sei o meu, mas não tenho dúvida disso. Acho que fomos instrumentos de Deus para mostrar o exemplo de Madre Teresa e tentar transformar este mundo tão materialista num lugar mais humano”, diz. 

"Nunca fui tão sabatinado "
Foram quatro dias de estudo, análise de exames e perguntas a testemunhas para a pior sabatina da vida do neurologista santista Marcus Vinicius Serra, de 39 anos, que coordena a área nos hospitais santistas Casa de Saúde e Frei Galvão. 
Ele teria de decidir se o caso de cura em 24 horas de um quadro gravíssimo era explicável cientificamente. O peso da resposta contribuiria ou não para que um milagre fosse atribuído a Madre Teresa. 
Pai de dois filhos, o médico não pôde contar à família o que estava acontecendo. Recebeu o convite para participar, chorou, e ninguém entendeu. 
Após juramentos inclusive com as mãos sobre a Bíblia, ninguém poderia saber que o processo estaria ocorrendo até que o Papa o autorizasse. 
Por ser casado e com a mulher grávida na época da convocação, Serra era o único que podia voltar para casa à noite. “Eu só dizia a ela que estava em um retiro, trabalhando. Precisei esconder (o que fazia) e disse que um dia ela iria se orgulhar”, conta o médico.
Seu único medo era o de que imprensa e outras pessoas achassem que ele poderia usar o caso para se promover. “Se eu pudesse, não iria falar. E confesso que fiquei com medo de a Igreja pedir para eu dizer que foi mesmo um milagre. Mas quatro dias depois (do convite à participação), chegou uma comitiva do Vaticano com dois monsenhores. Nunca fui tão sabatinado na minha vida. E isso me deixou feliz. Senti que eles queriam que fosse sério”. 
Após negar que a melhora pudesse se explicar cientificamente, o neurologista soube que outros profissionais do ramo no Rio de Janeiro, nos Estados Unidos e na Itália também avaliariam os exames. 
“Fiz um relatório final e coloquei o que consegui explicar. Entreguei a via num pen drive e, como pedido, a deletei do meu computador. No total, toda a documentação ficou com 400 páginas: uma foi para o Vaticano, outra está em Santos e uma fica lacrada, não sei onde”.
Para ele, o melhor jeito de resumir o que sente é acreditar que todos têm uma missão. “Uma dessas missões minhas, descobri, é levar o nome de Madre Teresa ao mundo. Estou anestesiado. Não sei o que dizer”, resume o médico, emocionado.


fonte:atribuna.com.br

domingo, 17 de janeiro de 2016

Vaticano vai canonizar Madre Teresa de Calcutá



O Papa Francisco assinou dia 17/12/2015, no Vaticano, o decreto que autoriza a canonização de Madre Teresa de Calcutá (1910-1997), após reconhecer um milagre ocorrido em Santos, o segundo da futura santa.
"O Santo Padre autorizou a Congregação das Causas dos Santos a proclamar o decreto sobre o milagre atribuído à intercessão da beata madre Teresa", afirmou o Vaticano em um comunicado.
De acordo com o jornal Avvenire, a canonização da beata Teresa de Calcutá será pública em fevereiro, durante o Consistório ordinário, e ela será feita santa em 4 de setembro de 2016.
A sua canonização acontece depois de a Igreja Católica aprovar por unanimidade a “cura extraordinária” de um homem em 2008, em Santos. Ele estava em fase terminal por graves problemas cerebrais.
O primeiro milagre de Madre Teresa de Calcutá que levou a sua beatificação foi reconhecido em 2002, quando o papa João Paulo II julgou que a cura de uma mulher indiana, que sofria de um tumor estomacal, foi resultado da intervenção sobrenatural de Madre Teresa um ano depois de sua morte.
A mulher relatou que as dores que sentia desapareceram depois que ela fez oração com uma foto de Madre Teresa.

O caso
O segundo milagre de Madre Teresa de Calcutá ocorreu em 2008, quando um engenheiro de 35 anos,(Marcilio Haddad Andrino) que havia casado recentemente, deu entrada em um hospital de Santos com fortes dores na cabeça. Ele foi diagnosticado com hidrocefalia (acúmulo excessivo de líquido dentro do crânio, que leva ao inchaço cerebral) e tinha oito abscessos (acúmulo de pus) espalhados pelo cérebro que entupiram uma glândula controladora dos fluídos que circulam entre a coluna e o cérebro.
“Quando não há a movimentação desses líquidos, há pressão na caixa craniana, que não se expande e faz o paciente entrar em coma". Foi isso o que ocorreu com Marcílio. Segundo especialistas, a partir de dois abscessos na cabeça, a chance de morte é de 90%.
Desde o diagnóstico, ele começou a tomar remédios, mas o quadro só piorava. Vinte dias depois, entrou em coma.
O único jeito de salvar o paciente era uma cirurgia de drenagem, que precisou ser adiada porque um dos equipamentos de anestesia precisava ser agendado para uso.


Milagre
Na data da cirurgia, outro médico que atua em Santos, João Luis Cabral Junior, de 44 anos, neurologista, operaria o paciente. Enquanto ele foi buscar um cateter para iniciar o procedimento, o paciente acordou.
Segundo o padre Caetano Rizzi, vigário judicial do Tribunal Eclesiástico Diocesano de Santos, o milagre aconteceu depois que a família do engenheiro recebeu a medalha e a oração de Madre Teresa das mãos do pároco da Igreja Nossa Senhora Aparecida, de São Vicente, padre Elmiran Ferreira. “A esposa veio me procurar no dia que ele entrou na UTI, eu dei a ela uma imagem da Madre Teresa de Calcutá e disse para que rezasse todos os dias com devoção e confiança pedindo a intercessão a Deus”, contou o padre em entrevista em julho para A Tribuna.
No dia seguinte, o homem não sentia mais nenhuma dor e, realizados os exames novamente, não apresentava mais nenhum tipo de acúmulo no cérebro. Um Exame colegial da Ordem dos Médicos feito posteriormente diz que a resolução da doença é cientificamente inexplicável. A votação foi unânime, com sete votos de sete.
O caso demorou para vir à tona porque só depois que o engenheiro se mudou para o Rio de Janeiro, se consultou com outro profissional, ligado à comunidade católica Canção Nova. Ele tinha sido convocado para ser o médico da vinda do Papa Francisco à Jornada Mundial da Juventude e aproveitou a proximidade para contar ao pontífice que poderia ter ocorrido um milagre em Santos. Ali se iniciou a investigação.

Análise
Catorze testemunhas foram ouvidas por membros do Tribunal Diocesano para a Causa de Canonização de Madre Teresa, que veio a Santos em junho/2015 para recolher documentações e provas do possível milagre e levar ao Vaticano.

Na próxima postagem relato dos médicos que participaram do processo de canonização de Madre Teresa.


fonte:atribuna.com.br

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Beata Teresa de Calcutá

Nascida no dia 27 de agosto de 1910 em Skopje, na Albânia, foi batizada um dia depois de nascer. A sua família pertencia à minoria albanesa que vivia no sul da antiga Iugoslávia. Seu verdadeiro nome era Agnes Gonxha Bojaxhiu.

Pouco se sabe sobre sua infância, adolescência e juventude, porque ela não gostava de falar de si mesma. Aos dezoito anos, sentiu o chamado de consagrar-se totalmente a Deus na vida religiosa. Obtido o consentimento dos pais, e por indicação do sacerdote que a orientava, no dia 29 de setembro de 1928, ingressou na Casa Mãe das Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, situada na Irlanda.

O seu sonho, no entanto, era o trabalho missionário com os pobres na Índia. Cientes disso, suas superioras a enviaram para fazer o noviciado já no campo do apostolado. Agnes então partiu para a Índia e, no dia 24 de maio de 1931, fez a profissão religiosa tomando o nome de Teresa. Houve na escolha deste nome uma intenção, como ela própria dissera: a de se parecer com Teresa de Jesus, a humilde carmelita de Lisieux.

Foi transferida para Calcutá, onde seguiu a carreira docente e, embora vivesse cercada de meninas filhas das famílias mais tradicionais de Calcutá, impressionava-se com o que via ao sair às ruas: os bairros pobres da cidade cheios de crianças, mulheres e idosos cercados pela miséria, pela fome e por inúmeras doenças.

No dia 10 de setembro de 1946, dia que ficou marcado na história das Missionárias da Caridade – congregação fundada por Madre Teresa – como o “Dia da Inspiração”, durante uma viagem de trem ao noviciado do Himalaia, Madre Teresa deparou com um irmão pobre de rua que lhe disse: “Tenho sede!”. A partir disso, ela afirmou ter tido a clareza de sua missão: dedicar toda sua vida aos mais pobres dos pobres.
Após um tempo de discernimento, com o auxílio do Arcebispo de Calcutá e de sua madre superiora, ela saiu de sua antiga congregação para dar início ao trabalho missionário nas ruas de Calcutá. Começou por reunir um grupo de cinco crianças, num bairro pobre, aos quais começou a ensinar numa escola improvisada. Pouco a pouco, o grupo foi crescendo. Dez dias depois, eram cerca de cinquenta crianças.

O início foi muito desafiador e exigente, mas Deus foi abençoando sua obra e as vocações começaram a surgir entre suas antigas alunas. Em 1949, Madre Teresa começou a escrever as constituições das Missionárias da Caridade e, no dia 7 de outubro de 1950, a congregação fundada por ela foi aprovada pela Santa Sé, expandindo-se por toda a Índia e pelo mundo inteiro anos mais tarde.

No ano de 1979 recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Neste mesmo ano, o Papa João Paulo II a recebeu em audiência privada e a tornou sua melhor “embaixadora” em todas as nações, fóruns e assembléias de todo o mundo.

Com saúde debilitada e após uma vida inteira de amor e doação aos excluídos e abandonados – reconhecida e admirada por líderes de outras religiões, presidentes, universidades e até mesmo por alguns países submetidos ao marxismo – Madre Teresa foi encontrar-se com o Senhor de sua vida e missão no dia 5 de setembro de 1997. Sua despedida atraiu e comoveu milhares de pessoas de todo o mundo durante vários dias.

Foi beatificada pelo Papa João Paulo II no dia 19 de outubro de 2003, Dia Mundial das Missões.


“Qualquer ato de amor, por menor que seja, é um trabalho pela paz”. Mais do que falar e escrever, Madre Teresa de Calcutá viveu este seu pensamento.

Beata Teresa de Calcutá, rogai por nós!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Oração do Papa pelo Jubileu da Misericórdia

Senhor Jesus Cristo,
Vós que nos ensinastes a ser misericordiosos como o Pai celeste, e nos dissestes que quem Vos vê, vê a Ele.
Mostrai-nos o Vosso rosto e seremos salvos.
O Vosso olhar amoroso libertou Zaqueu e Mateus da escravidão do dinheiro; a adúltera e Madalena de colocar a felicidade apenas numa criatura; fez Pedro chorar depois da traição, e assegurou o Paraíso ao ladrão arrependido.
Fazei que cada um de nós considere como dirigida a si mesmo as palavras que dissestes à mulher samaritana:
Se tu conhecesses o dom de Deus!
Vós sois o rosto visível do Pai invisível, do Deus que manifesta sua onipotência sobretudo com o perdão e a misericórdia: fazei que a Igreja seja no mundo o rosto visível de Vós, seu Senhor, ressuscitado e na glória.
Vós quisestes que os Vossos ministros fossem também eles revestidos de fraqueza para sentirem justa compaixão por aqueles que estão na ignorância e no erro: fazei que todos os que se aproximarem de cada um deles se sintam esperados, amados e perdoados por Deus.
Enviai o Vosso Espírito e consagrai-nos a todos com a sua unção para que o Jubileu da Misericórdia seja um ano de graça do Senhor e a Vossa Igreja possa, com renovado entusiasmo, levar aos pobres a alegre mensagem: proclamar aos cativos e oprimidos a libertação e aos cegos restaurar a vista.
Nós Vo-lo pedimos por intercessão de Maria, Mãe de Misericórdia, a Vós que viveis e reinais com o Pai e o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos.
Amém.

Papa Francisco

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

10 perguntas sobre o Ano Santo da Misericórdia

No dia 8 de dezembro, festividade da Imaculada Conceição, o Papa Francisco abriu a Porta Santa na Basílica de São Pedro de Roma, ao mesmo tempo em que foram abertas as portas santas de todas as dioceses do mundo para todos viverem o Jubileu.
Apresentamos, a seguir, 10 perguntas essenciais sobre como viver o Ano Santo, de acordo com a bula papal “Misericordiae vultus” (MV), com a qual o Papa convocou este jubileu.

1. O que é um Ano Santo ou Jubileu Extraordinário?
Na tradição católica, o Jubileu é o ano que a Igreja proclama para que as pessoas se convertam em seu interior e se reconciliem com Deus, por meio da penitência, da oração, da caridade, dos sacramentos e da peregrinação, “porque a vida é uma peregrinação e o homem é um peregrino” (MV 14).
Em todos os anos santos é possível ganhar indulgências, graças especiais que a Igreja concede e que podem ser aplicadas à remissão dos próprios pecados e suas penas, ou também aos defuntos que estão no purgatório.
O lema deste Ano Santo é “Misericordiosos como o Pai”, e a principal intercessora do Jubileu é Nossa Senhora de Guadalupe, Mãe de misericórdia.
A cada 25 anos, a Igreja celebra um Ano Santo Ordinário. O próximo será em 2025. Fora dos anos santos ordinários, a celebração do Ano Santo é “extraordinária”.


2. Por que este Ano Santo é o da misericórdia?
O Papa quis que o tema fosse a misericórdia para nos unir mais ao rosto de Cristo, no qual se reflete a misericórdia do Pai, que é “rico em misericórdia” (MV 1). A misericórdia é superior à justiça. Deus é justo, mas vai muito além da justiça, com sua misericórdia e seu perdão. E é isso que podemos vivenciar neste Ano Santo.


3. Quando começa e quando termina este Ano Santo?
O Ano Santo começa no dia 8 de dezembro de 2015, com a celebração dos 50 anos do final do Concílio Vaticano II, e termina na festa de Cristo Rei, em 20 de novembro de 2016, o último dia do ano litúrgico.


4. O que o Papa pede que façamos?
O Papa Francisco insiste na iniciativa “24 horas para o Senhor, que desejo que seja celebrada em toda a Igreja”, entre a sexta-feira e o sábado antes do 4º domingo da Quaresma, porque “é expressão desta necessidade da oração”.
Além disso, ele aconselha que pratiquemos as obras de misericórdia, além de viver intensamente a oração, o jejum e a caridade na Quaresma (MV 17); também recomenda que nos confessemos, para poder receber melhor as graças do ano jubilar. E que cada um realize uma peregrinação, de acordo com suas capacidades, para atravessar a Porta Santa.


5. É preciso ir a Roma para atravessar a Porta Santa e ganhar indulgências?
Não. Você pode ir à catedral da sua diocese ou às igrejas e basílicas destinadas a isso. Em cada diocese haverá uma Porta Santa e, cruzando-a, você ganhará as indulgências do Ano Santo (quando a peregrinação for acompanhada de confissão, comunhão no dia da peregrinação, um ato de fé – recitação do Credo – e uma oração pelo Papa).


6. O que são as obras de misericórdia?
Existem 14 obras de misericórdia, 7 espirituais e 7 corporais.

Obras de misericórdia corporais:
1-Dar de comer a quem tem fome;
2-Dar de beber a quem tem sede;
3-Vestir os nus;
4-Visitar os doentes;
5-Visitar os presos;
6-Acolher os peregrinos;
7-Enterrar os mortos.

Obras de misericórdia espirituais:
1-Dar bom conselho;
2-Corrigir os que erram;
3-Ensinar os ignorantes;
4-Suportar com paciência as fraquezas do próximo;
5-Consolar os aflitos;
6-Perdoar os que nos ofenderam;
7-Rezar pelos vivos e pelos mortos.


7. O que são e o que fazem os “missionários da misericórdia”?
O Papa Francisco anunciou que enviará padres em todas as dioceses, chamados “missionários da misericórdia”, os quais poderão celebrar missões pregadas nas paróquias e despertar o chamado à misericórdia. Além disso, poderão perdoar pecados muito grandes, como crimes mafiosos, assassinatos cometidos para enriquecer, bem como o gravíssimo pecado da corrupção.


8. É necessário se confessar no Ano Santo?
Durante o Ano Santo, a reconciliação com Deus é vivida especialmente através do sacramento da confissão, muito unido ao da Eucaristia. É aconselhável confessar-se várias vezes ao longo do Jubileu, para experimentar mais profundamente a misericórdia de Deus.


9. Qual é a importância do Ano Santo no pontificado de Francisco?
O centro do pontificado do Papa Francisco é a misericórdia de Deus e, portanto, este ano jubilar é o cume do seu pontificado.


10. O Ano Santo é importante para outras religiões?
A misericórdia “ultrapassa os confins da terra” (MV 23); ela nos relaciona com o judaísmo, como se vê no Antigo Testamento, em que a misericórdia de Deus é evidente; também os relaciona com o islamismo, que atribui ao Criador os nomes de “misericordioso” e “clemente”. O Papa Francisco pede o diálogo com todas as “nobres tradições religiosas” do mundo.

http://pt.aleteia.org/